MARIA RAPAZ
*
Pensativa, agressiva
De chapéu vermelho...agitada...escarpada
De cigarro na mão...
Olhar escuso aproveitador
De tiques disfarçados
Voz grossa, palavra curta "jagunço" de fronte
*
Conversa duvidosa...de espertezas mascaradas
De histórias contidas de vida cortada
Sem sentido
Angustiada
*
De expedientes acostumados
Num jogo desequilibrado
Cheia de trejeitos
Numa linguagem vulgar
De rostos agitados,
um "monta-se" ecoa na sala
Seguido de uma "banhada"
Disfarçados no olhar e no sorriso
Com quatro cervejas já em cima da mesa
*
Levantou-se e buscando uma quinta para o "jagunço"
Num ar de desafio submisso
Na espera da atitude banal
*
Botins pretos, baratos
Calça cor-de-rosa
Blusa às riscas cinzentas intercaladas de
Branco manchado
Cabelo desgrenhado malhado por chapéu vermelho
Blusa laranja enrolada à cintura
Fio sobressaindo ao peito como a dizer
Eu também tenho jeito
*
Inquietação da vida gasta
De saliva espartilhada e amordaçada
Maria Rapaz de "jagunço" solto aos pés...
*
Vai definhando
A vida
E contando o tempo num rosário
De pobreza
Vulgaridade
E de esgares esbatidos no tempo
*
Maria Rapaz
Quem és tu?
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Joaquim Tondela
Julho 2006
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